Presságio

Nem só de espadas e tempestades demoníacas vive a imaginação. Este pequeno conto, que encontrei entre os meus papéis, foi escrito por mim há uns dois anos atrás e o tema não é Medieval, mas sim… bom, leiam!
Presságio
(Artista: Kelly McClellan)
A luz do amanhecer iniciava a surgir e o homem já estava sentado à beira de sua mesa. Estava imerso em pensamentos enquanto polia distraidamente seu distintivo, uma estrela de cinco pontas, e bebericava o café que havia preparado minutos antes. Desperto de seus devaneios, olha o resultado de seu serviço, a estrela mostrava quase integralmente o reflexo do dono. Ao observar a imagem ele se perde mais uma vez em reminiscências e assim fica até ouvir o ruído do trem chegando à cidade. Ele toma o resto do café de um sorvo, coloca o chapéu e prende o distintivo no lado esquerdo do peito.
Ao deixar a delegacia o homem recebe o ar frio da manhã contra o rosto, era um hábito que mantinha desde que assumira como xerife. Todos sabiam que achariam Tom Cody na estação de trem, logo que este chegasse com a correspondência. E, como sempre, Tom foi verificar se tinha recebido alguma carta. Durante os poucos minutos que ele levou, andando em passos lentos, o tempo mudou completamente, o céu antes ensolarado agora estava coberto de nuvens, como se fosse um mau agouro, ou assim pensou o xerife.
Ao chegar à estação Tom Cody pergunta a seu velho conhecido, responsável pelo correio, se havia algo para ele.
– Chegou sim Tom. Era uma correspondência urgente, aí mandei um garoto até você, mas pelo jeito vocês se desencontraram.
O xerife agradece e toma seu caminho de volta para a delegacia. A sensação de que algo ruim estava para acontecer se tornava mais forte, mas não, devia ser só imaginação, afinal, nada acontecia por essas bandas. Não mais.
Bena
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